Em sua fala, que teve tom de campanha, o ex-presidente afirmou também que a perseguição a qual julga sofrer "não é nada perto do que acontece com os milhões de desempregados" no País e passou a criticar as reformas do governo Michel Temer, como a trabalhista e a previdenciária. "Eles estão fazendo uma reforma não para mexer no salário do juiz, do delegado, mas para diminuir o salário do trabalhador", acusou Lula, acrescentando que o tema - uma conquista da Constituição de 1988, salientou -, volta sempre à baila nos períodos de crise fiscal brasileira.
Lula argumentou ainda que a Previdência urbana foi sempre superavitária nos governos petistas por uma combinação entre crescimento do mercado de trabalho e de ajustes acima da inflação para o salário mínimo. Acompanhado de uma comitiva que trazia, entre outros, os governadores petistas Fernando Pimentel (Minas Gerais), Wellington Dias (Piauí) e Tião Viana (Acre), o ex-presidente foi ovacionado em sua chegada ao auditório do sindicato, onde os simpatizantes acompanham a transmissão do julgamento.
Lula lembrou de sua origem sindicalista, afirmando que o local ajudou a construir a história do Brasil. Com um retórica antielite, ele passou então a atacar os detratores de seu governo. "As conquistas do povo nos últimos anos
incomodaram a elite brasileira", disse, emendando que o governo atual pretende acabar com a capacidade do Estado brasileiro de fazer política pública. "Estão vendendo nosso corpo, rifando a Petrobras, o BNDES e a Caixa. Querem acabar com os bancos públicos", acusou.
Antes de se retirar, Lula disse que seus detratores têm a consciência mais pesada que a dele e que "a única certeza que tem" é que "só vai parar de lutar quando morrer". "Eles que se preparem, porque um dia a gente vai voltar e transformar esse País num lugar de orgulho e autoestima", disse o ex-presidente da República. (Fonte:Correio do Povo)
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