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Essas, geralmente, são as chamadas apelativas das centenas de testes que o Facebook sugere aos seus usuários. E é muito comum ver a timeline recheada com os resultados dessas brincadeiras. Entretanto, o que parece ingênuo e divertido esconde um objetivo maior: a coleta de dados.
Quando a pessoa opta por realizar o teste e não confere os termos da política de privacidade antes de clicar em "concordo", abre-se um portão para que a empresa idealizadora do quiz tenha acesso a diversos dados. Sua localização, modelo do mobile, e-mail, número de celular, lista de amigos e até mesmo as fotos que você compartilhou ou aquelas em que foi marcado estão expostos, afirma a professora da Escola Politécnica da PUCRS Isabel Manssour, sócia da Sociedade Brasileira de Computação (SBC):
— Apesar de ser comum, é muito perigoso concordar com os termos de uso desses testes sem lê-los previamente, porque estamos expondo a nossa privacidade. Por outro lado, os empreendimentos que criam esse tipo de entretenimento precisam ser mais explícitos e objetivos quanto ao que estão realmente coletando.
Isabel ressalta que os dados preenchidos no Facebook estarão permanentemente nas mãos da empresa que criou o quiz. Para cortar o vínculo e cessar o envio contínuo de informações a respeito de quem realizou o teste, é necessário acessar seu perfil na rede social de Mark Zuckerberg e excluir as permissões. O tutorial é o seguinte: vá nas configurações, acesse aplicativos e sites e, por fim, desmarque os apps que estão ativos. Desse modo, essas plataformas não terão mais acesso aos seus conteúdos futuros.
Vale a pena segurar o impulso
O que parece ser gratuito, na verdade, é pago com uma das moedas mais valiosas na era digital, que são os dados pessoais dos milhares de usuários da rede social mais popular do mundo. Com a posse de tais informações, empresas traçam campanhas de anúncios específicos para determinado público ou perfil e, assim, otimizam as chances de venda e o dinheiro investido em publicidade, explica a membro da SBC.
— As plataformas alegam que, ao ceder dados, a experiência do usuário vai melhorar, isso até pode acontecer mesmo, mas quando essa massa gigantesca de data é processada, tiram-se muitas conclusões dali e elas podem ser usadas pelas marcas. Como, por exemplo, identificação de demandas para produtos e serviços que as pessoas estão precisando ou melhor direcionamento do marketing digital — afirma Isabel.
É importante, também, segurar o impulso de querer fazer o teste que é febre no momento caso o usuário acredite que o site esteja exigindo acesso a informações que não quer ou não está disposto a compartilhar.
— Esse tipo de brincadeira mexe com o impulso e a curiosidade das pessoas. Eu diria que ainda somos inocentes quanto ao poder dessas plataformas. É preciso conhecer essas ferramentas, entender suas políticas de privacidade, analisá-las, por mais longas que sejam, e pesar se vale a pena ou não clicar positivamente na caixinha de aceitação dos termos — diz a professora da PUCRS.(Fonte: Gaúcha ZH)
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