Creluz

20170729

Com chuva abaixo da média, RS registra 589 focos de incêndio no mês de julho

O mês de julho deste ano está sendo um dos julhos mais secos dos últimos tempos no Rio Grande do Sul. Em algumas cidades, há 27 anos não chovia tão pouco no mês, o que tem feito com que se multipliquem os focos de incêndio.

Mais de 60% de todas as queimadas registradas neste ano no estado aconteceram no último mês. No total, já foram registrados 885 focos de incêndio, sendo 589 em julho. A região com mais ocorrências é a Fronteira Oeste. Em São Borja, foram registrados 10 incêndios em um único dia.

O hortigranjeiro Moacir Souza de Escobar trabalha para recuperar a vegetação da propriedade depois de um incêndio. O produtor não sabe como o fogo começou, mas teve que ajudar a controlar as chamas para evitar um prejuízo maior.

"O fogo se espalha rápido e levanta alto. Nós colocamos água no fogo para apagar, para não dar um dano maior ainda. Já pensou se pega na lenha, tem o carro, tem trator dentro do galpão", explica Moacir.

Com o ar seco, as pastagens estão secas. Assim, qualquer faísca aliada ao vento forte pode resultar em campos inteiros queimados. Os bombeiros trabalham muito para controlar os focos.

"Em muitos dos campos não é possível entrar com a viatura. É uma viatura pesada e, às vezes, tem banhado. Nesses casos, os militares colocam o uniforme de trabalho e com abafadores fazem o trabalho de extinção de incêndio. Quando passa uma ou duas semanas sem chuva, as pastagens secam, e os bombeiros não param, são 24h de plantão atendendo à comunidade", afirma o sargento do Corpo de Bombeiros Elio Roque Viana.

A maioria dos casos de incêndio começa próximo a rodovias que cortam os campos, e a irresponsabilidade de quem passa pelas estradas é outro fator que coloca em risco as pastagens. Pontas de cigarros jogadas pelas janelas dos carros, por exemplo, podem começar um incêndio. Além de prejudicas os animais e a vegetação, a fumaça aumenta o risco de acidentes.

"A visibilidade fica bastante restrita, por isso orientamos o motorista para que diminua a velocidade quando deparar com a fumaça sobre a pista", alerta o chefe da 12ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Jeliolton Viana de Oliveira.

Jogar objetos pela janela do carro, inclusive pontas de cigarro, é uma infração de trânsito. A multa é de R$ 130, e o condutor ainda leva quatro pontos na carteira. Já a multa para quem for flagrado colocando fogo na vegetação pode passar dos R$ 100 mil. O responsável também pode ser preso por até seis anos por crime ambiental.

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