O Ministério da Saúde anunciou hoje a ampliação na oferta de vacina contra HPV para meninos de 11 a 15 anos incompletos (até 14 anos, 11 meses e 29 dias). A medida tem o objetivo de aumentar a cobertura da vacina em adolescentes do sexo masculino. Atualmente, a vacina contra a doença já é disponibilizada em meninos de 12 e 13 anos. Até 2016, o foco da campanha eram as meninas.
Segundo a pasta, a inclusão do novo grupo equivale a 3,3 milhões de adolescentes. A meta para 2017 é vacinar 80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e das 4,3 milhões de meninas entre 9 e 15 anos. A inclusão dos meninos contribuirá para o aumento da proteção de meninas.
“Nós temos que cuidar da imunização das nossas crianças, porque as estatísticas e estudos internacionais demonstram que, de fato, a vacina ajuda a reduzir os casos de câncer [genital] nessas pessoas imunizadas. Então, é mobilizar a sociedade e imunizar as pessoas”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A nova oferta também incluirá a cobertura de homens e mulheres transplantados e pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia. A medida inclui ainda cerca de 200 mil crianças e jovens, de ambos os sexos, de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids.
Desde 2014, foram imunizadas 5,3 milhões de meninas de 9 a 15 anos com as duas doses da vacina contra o vírus HPV. Esse total corresponde a 45,1% do total dessa faixa etária.
Validade das vacinas
O ministro da Saúde ressaltou ainda que cerca de 2,1 mil doses nos estados e municípios venceram em junho, e em agosto já há um estoque de 231 mil vacinas de HPV para vencer. Até 2018, o estoque de vacinas a vencer deve chegar a 1,6 milhão de doses. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) considera aceitável que haja uma perda de até 5% das vacinas distribuídas aos postos de vacinação, em função de condições logísticas e operacionais.
Segundo Barros, a dificuldade de adesão do público-alvo nas campanhas de vacinação é um dos principais desafios e causas do elevado índice de vacinas a vencer.
“Toda imunização na faixa adolescente é baixa, porque ele não se sente na necessidade de cuidar da saúde. Ele está em uma fase da vida que acha que está podendo e que realmente não procura uma unidade de saúde. Então, se os pais não forem muito determinados em levá-lo a uma unidade de saúde, ele acaba não comparecendo. É por isso que a parceria com o Saúde na Escola vai fazer a grande diferença nesta faixa [etária]”, explicou.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, a estratégia dos municípios para aumentar a adesão da vacinação contra o HPV é acompanhar o estoque diariamente e mobilizar a sociedade com as equipes do Programa Saúde da Família. “E agora, levando para escola, no sentido de ampliar o acesso e atender o objetivo, que é a vacinação de todas as crianças”. Segundo Junqueira, a vacinação contra o HPV já tem provocado a diminuição das doenças relativas ao vírus na faixa etária atendida pela campanha.
Vacinação nas escolas
Para aumentar a cobertura de crianças e adolescentes na vacinação contra o HPV, os ministérios da Saúde e Educação atuarão em conjunto com as equipes de atenção básica. Uma das propostas é que estudantes apresentem, já na matrícula, a caderneta de vacinação, e as escolas comuniquem o sistema de saúde sobre as doses prioritárias. “A parceria com Ministério da Educação é fundamental e os estados que estão priorizando essa imunização na escola estão com altíssimos índices de cobertura”, ressaltou Barros.
Além da parceria, a pasta planeja realizar uma campanha de conscientização direcionada ao público-alvo no mês de julho, período de férias escolares. A vacinação de HPV também fará parte do grupo de vacinas a serem oferecidas na campanha de multivacinação, que ocorrerá no período de 11 a 22 de setembro. O Dia D da campanha de vacinação será dia 16 de setembro.
Meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina de HPV, com intervalo de seis meses entre elas. No caso de pessoas com HIV, a faixa etária é mais ampla, de 9 a 26 anos, e o esquema vacinal é de três doses.
Prevenção
A vacina contra o HPV contribui para redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres. A imunização também previne câncer de pênis, ânus, verrugas genitais, boca e orofaringe.
Pesquisa realizada nos Estados Unidos, onde há vacinação desde 2006, apontou redução de 88% da infecção oral por HPV. Estudo realizado com homens de 18 a 70 anos do Brasil, México e Estados Unidos, aponta que os brasileiros têm mais infecção por HPV que mexicanos e norte-americanos, com índices de 72% no Brasil, 62% no México e 61% nos Estados Unidos. A pesquisa apontou ainda que a incidência de câncer do pênis no país é três vezes maior que entre os norte-americanos. (Fonte: Correio do Povo)
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