Creluz

20170213

Polícia Civil apura golpe no WhatsApp

A Polícia Civil está em alerta para um novo golpe contra usuários de WhatsApp. Com a ajuda de funcionários de operadoras de telefonia, os falsários conseguem clonar as contas para pedir dinheiro a familiares e amigos das vítimas. Pelo menos 10 pessoas procuraram a Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos, em Porto Alegre, na semana passada, para denunciar o golpe. Revelado pelo Fantástico, neste domingo, em reportagem produzida pela RBS TV, o esquema consegue tirar do ar o celular da vítima e assim assumir a conta e enviar mensagens aos seus contatos, solicitando transferências bancárias.
Foi o que aconteceu em um grupo de conversas de cardiologistas no aplicativo. Pensando estar recebendo mensagens do pai, duas filhas de um desses médicos perderam R$ 1,8 mil.
"Ele mandou mensagens particulares e falou que o limite dele de transferências tava excedido (...) e perguntou qual meu limite de transferências. Falei: 'olha só posso transferir 800'. E ele falou "não tem problema tu me transfere pra essa conta que vou te dizer'". E aí foi isso que fiz achando que era o meu pai", relata uma das filhas.
Ao invadir a conta de WhastApp de outro médico de Porto Alegre, os golpistas conseguiram transferências bancárias de vários amigos dele. A vítima que teve a conta clonada disse que notou quando o celular perdeu o sinal, e descobriu porque estava com a irmã quando ela recebeu a mensagem do golpista, se fazendo passar pelo médico.
"Por sorte, minha irmã estava do lado e pegou o celular. Disse: "perdi o sinal e o WhatssApp. Não consigo utilizar o whats". Ela disse "mas tu acabou de me mandar uma msg" e nessa mensagem era um pedido de acesso à conta", conta o médico.
Ele conseguiu avisar vários dos contatos, mas antes, cinco amigos já haviam feito transferências entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil cada.
Também vítima, um empresário da Capital passou por situação mais absurda. O golpista clonou a conta do aplicativo de um amigo dele e pediu transferência de R$ 3 mil. O empresário, pensando se tratar do amigo, solicitou que a secretária fizesse a operação.
"Primeiro vieram os dados bancários, o nome da pessoa e o pedido para transferir R$ 3 mil. Só respondi "ok"", lembra a secretária.
Prejuízo de empresário chegou a R$ 100 mil
O golpista percebeu que quem realizava as transferências era a secretária. Ele clonou o WhatsApp do empresário, passando a pedir mais dinheiro, agora, direto para a secretária. Sem desconfiar, ela fez novas transferências e pagou até contas enviadas pelo golpista. O prejuízo chegou a R$ 100 mil.
"Através do WhatsApp do meu chefe vieram as outras ordens. Ele (empresário, ao descobrir a fraude) entrou em pânico, assim como eu", lamenta a secretária.
Recentemente, foi anunciada atualização do WhatsApp, que deve dificultar a fraude. Foi criado mecanismo de senha para instalar o app em caso de troca de aparelho.
Preste atenção
Especialistas lembram que, ao invadir uma conta de WhatsApp, os falsários têm acesso a todo o histórico de conversas, grupos e contatos que podem incluir dados pessoais e detalhes que só as vítimas sabem. Isso torna os pedidos de transferência de dinheiro mais convincentes.
"Ele (o golpista) vai identificar quem são os parentes, os amigos. Tem todo um histórico que ele pode se aproveitar para fazer o golpe mais efetivo e realmente a pessoa nem questionar", afirma Ronaldo Prass, especialista em tecnologia
Procure a Polícia Civil
O telefone geral do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde está a Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos, é (51) 3288-9854.
Em Porto Alegre, o endereço é Rua Cristiano Fischer, 1.440.
No Interior, vá até a delegacia de Polícia Civil mais próxima. (Fonte: Rádio Gaúcha).

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